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China adverte gigantes da tecnologia por violações de privacidade em aplicativos

As gigantes chinesas da tecnologia Tencent e Xiaomi foram repreendidas por Pequim


Os gigantes chineses da tecnologia Tencent e Xiaomi foram repreendidos por Pequim por projetar aplicativos que infringem a privacidade dos usuários. A China, que exerce uma vigilância cuidadosa da atividade online, estreitou recentemente seu escrutínio de empresas que coletam dados de consumidores.

 

A Xiaomi Finance e o serviço de mensagens instantâneas QQ da Tencent estavam entre as dezenas de aplicativos problemáticos nomeados e envergonhados pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China na quinta-feira.

 

Se os usuários não fornecem suas permissões de telefone, eles não podem acessar o aplicativo. Foi alertada uma punição se os problemas de privacidade não forem corrigidos em 31 de dezembro. O aplicativo financeiro da fabricante de smartphones Xiaomi criou dificuldades para os usuários que procuram cancelar sua conta, disse o comunicado.

 

A lista completa do ministério incluía software de uma biblioteca pública de Pequim, bem como serviços de entrega de mercadorias e reservas de trens, refletindo a extensão em que os aplicativos permeiam a vida cotidiana na China, geralmente com pouca supervisão regulatória.

 

A Tencent é a principal empresa de videogame online da China, além de uma gigante em mensagens e uma infinidade de outros serviços baseados em aplicativos. Em setembro, um aplicativo de troca de rosto, Zao, rapidamente se tornou um dos aplicativos mais baixados da China, mas também desencadeou uma reação aos temores de privacidade. O aplicativo permitiu que os usuários se inserissem em cenas de filmes conhecidos usando a tecnologia deepfake.

 

Após críticas acirradas, a empresa por trás do aplicativo prometeu mudanças em sua política de privacidade, que atualmente garante direitos "gratuitos, irrevogáveis, permanentes, transferíveis e relicenciados" a todo o conteúdo gerado pelo usuário. Enquanto isso, no início de novembro, um professor chinês apresentou uma queixa contra um parque de safáris na cidade de Hangzhou, no leste do país, por exigir a digitalização de rosto para entrada, segundo o tribunal local.

 

Porém, a vigilância do governo continuou a crescer, mesmo quando os consumidores se voltam contra as empresas famintas por dados. Em março, o pesquisador de segurança Victor Gevers, da organização holandesa GDI, sem fins lucrativos, descobriu que um governo local no leste da China havia contratado uma empresa de tecnologia para monitorar 364 milhões de dados, incluindo mensagens privadas e números de identificação. Em 1º de dezembro, o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação lançou um requisito para as operadoras de telecomunicações coletarem imagens de rosto dos clientes ao registrar novos usuários de telefone em lojas offline.



O novo requisito fez com que os usuários de mídia social chineses expressassem preocupações de que seus dados biométricos pudessem vazar ou serem vendidos.




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