Na Europa, o WhatsApp se tornou alvo de reclamações nesta segunda-feira (12). A Organização do Consumidor Europeu (BEUC) e outros órgãos criticaram a atualização da política de privacidade do mensageiro. As mudanças revoltaram usuários por todo o mundo e aumentaram os downloads dos concorrentes Signal e Telegram.

Antes de explicar sobre as mudanças polêmicas do WhatsApp na Europa, é bom ter uma coisa em mente. O aplicativo pertence ao Facebook e já há algum tempo compartilha dados com esta rede social e com o Instagram. O Facebook disse que algumas mudanças na privacidade ocorreriam para melhorar a integração das plataformas. Contudo, as alterações não deveriam interferir no envio de mensagens em conversas privadas ou com empresas.

Para continuar utilizando o WhatsApp, no entanto, é necessário estar ciente e concordar com os termos de uso. As políticas de utilização incluem os termos de privacidade da plataforma. Foi justamente este o ponto que causou controvérsia: a necessidade de aceite dos novos termos.

A Organização Europeia do Consumidor e vários de seus membros criticaram a ação da rede social. Eles dizem que o WhatsApp estaria pressionando injustamente os usuários a aceitarem suas políticas novas. A queixa foi levada às autoridades europeias que tratam dos direitos dos consumidores.

 

Usuários criticam a pressão nas notificações

Em comunicado divulgado na imprensa internacional, o grupo de reclamantes diz o seguinte:

"O conteúdo dessas notificações, sua natureza, tempo e recorrência colocam uma pressão indevida sobre os usuários e prejudicam sua liberdade de escolha. Como tal, são uma violação da Diretiva da UE sobre Práticas Comerciais Desleais."

A carta ainda continua: "o WhatsApp não conseguiu explicar em linguagem simples e inteligível a natureza das mudanças".

O grupo também diz que "essa ambiguidade equivale a uma violação da lei do consumidor da UE que obriga as empresas a usar termos de contrato e comunicações comerciais claros e transparentes".

O porta-voz do Facebook, em contrapartida, disse que houve um mal-entendido no caso. De acordo com a empresa, a BEUC não compreendeu o propósito da atualização dos termos de serviço.

Facebook diz que atualização não afeta privacidade

"A atualização não expande nossa capacidade de compartilhar dados com o Facebook e não afeta a privacidade de suas mensagens com amigos ou familiares, onde quer que estejam. Gostaríamos de ter a oportunidade de explicar a atualização à BEUC para esclarecer o que isso significa para as pessoas". As informações são do comunicado do Facebook à comunidade europeia.

Ainda assim, as acusações continuam e a BEUC pediu para que as autoridades tomem providências. O objetivo é garantir a liberdade dos consumidores e assegurar a segurança de seus dados.