A LGPD, que deveria ser um marco na proteção dos dados dos brasileiros, enfrenta um paradoxo. Enquanto gigantes da tecnologia como ByteDance, Uber e Telegram se adaptam às suas exigências, criando canais de comunicação mais eficientes, a sensação é que o verdadeiro consentimento ainda é uma miragem. A pressão por resultados e a falta de respeito pelas informações dos clientes revelam uma cultura corporativa que muitas vezes ignora a privacidade. A cada vazamento, como o recente caso envolvendo a XP, a confiança na proteção de dados se esvai, deixando os consumidores frustrados e inseguros.
A verdade é que muitos negócios operam com setores ocultos de manipulação de dados, onde a LGPD parece não ter efeito. As empresas podem alegar conformidade, mas quando um PDF sem senha é compartilhado com informações sensíveis, o que realmente está em jogo? A LGPD pode existir no papel, mas sua aplicação é questionável, e a proteção dos dados pessoais se torna uma ilusão. É como se dissessem: "Eu que me dane", em um tom de desdém, enquanto os consumidores se sentem impotentes diante da falta de responsabilidade das corporações.
A situação é ainda mais crítica quando consideramos que a proteção de dados deveria ser uma prioridade, não apenas para atender às exigências legais, mas para respeitar a dignidade e a privacidade de cada indivíduo. A realidade é que, em muitos casos, o consentimento é apenas uma formalidade, um checkbox que se marca sem reflexão. Para que a LGPD cumpra seu papel, é necessário que haja uma mudança de mentalidade nas empresas, que enxerguem a proteção de dados como um valor a ser respeitado, e não como uma barreira para o lucro.
Portanto, a luta pela verdadeira proteção de dados continua. É hora de exigir que as leis sejam cumpridas e que as empresas se responsabilizem por suas práticas. A LGPD pode ser um passo importante para a proteção dos dados, mas sem uma mudança real na cultura corporativa, ela pode se tornar apenas mais uma letra fria na legislação brasileira. A voz dos consumidores precisa ser ouvida, e a proteção de dados deve ser uma prioridade, não um mero detalhe no meio da correria do dia a dia.