A recente demissão em massa de funcionários em empresas como o Itaú revelou uma prática de monitoramento digital que, segundo especialistas, pode violar a LGPD e gerar passivos ocultos. O que deveria ser um ambiente de trabalho seguro e respeitoso se transforma em um campo de batalha onde a privacidade dos colaboradores é colocada em xeque. A confiança, que é a base de qualquer relação profissional, parece estar se esvaindo à medida que as empresas buscam justificar seus métodos invasivos sob a bandeira da produtividade.
E não para por aí: o caso de um aplicativo de relacionamento voltado para mulheres lésbicas ou bissexuais expôs dados sensíveis de suas usuárias, revelando um descaso alarmante com a segurança digital. Mesmo após a exclusão do app, os dados permanecem vulneráveis. Essa situação não é somente uma violação da privacidade, mas também uma afronta aos direitos do consumidor, colocando em evidência a fragilidade das práticas de segurança das plataformas digitais. O desespero do usuário se torna evidente quando, para utilizar o aplicativo, é necessário concordar com termos que abrem mão da proteção de seus dados.
Além disso, a prática de exigir que os usuários concordem com diversas permissões, sob pena de não conseguir usar o serviço, é um reflexo de um ambiente digital que ignora as diretrizes da LGPD. É como se estivéssemos entregando nossas informações em troca de um serviço que, na verdade, deveria respeitar nossa privacidade. E a pergunta que fica é: até onde iremos permitir que essa mão invisível das Big Techs controle nossas vidas?
As lacunas na aplicação da LGPD e a falta de um órgão regulador forte como o PROCON nos EUA tornam a situação ainda mais crítica. A legislação não deve ser apenas uma letra morta, mas uma ferramenta eficaz que proteja os cidadãos e garanta que seus dados sejam tratados com o respeito que merecem. O desafio agora é garantir que as leis não sejam manipuladas por interesses políticos e que a proteção dos dados pessoais se torne uma realidade palpável no Brasil, e não apenas uma promessa vazia.