Essas experiências cotidianas revelam um paradoxo: enquanto a tecnologia avança, a conscientização sobre a privacidade de dados ainda está engatinhando. Recentemente, após realizar um simples exame em um laboratório, uma pessoa começou a receber incessantes propostas de planos de saúde pelo WhatsApp. Coincidência ou violação da LGPD? A resposta é clara: a falta de transparência e o uso inadequado dos dados pessoais são questões que exigem atenção e ação imediata.
A LGPD não é apenas uma legislação; é um manifesto em defesa do direito à privacidade e à proteção dos dados. No entanto, muitos ainda ignoram os riscos de compartilhar informações pessoais sem precauções. O fenômeno do 'spam' e as mensagens de marketing invasivas nos mostram que a desinformação pode levar a consequências sérias. É fundamental que as pessoas compreendam que seus dados sigilosos não podem ser divulgados sem consentimento, e que cada um de nós deve ser um guardião de suas próprias informações.
A educação midiática surge, portanto, como uma solução promissora. Ao incluir a LGPD no currículo escolar, podemos preparar uma nova geração para navegar com segurança no mundo digital. As escolas devem ensinar não apenas sobre as leis, mas também sobre a responsabilidade e as implicações do compartilhamento de dados. Essa é uma oportunidade de empoderar os jovens, transformando-os em cidadãos conscientes e críticos.
Enquanto isso, a pressão sobre empresas e desenvolvedores de aplicativos aumenta. As lojas de aplicativos precisam ser rigorosas na aplicação das regras de proteção de dados, e a discussão sobre o uso de inteligência artificial para treinamento de modelos com dados de usuários sem consentimento deve ser amplificada. O futuro da privacidade no Brasil depende de nossa capacidade de educar, conscientizar e, acima de tudo, agir em defesa dos nossos direitos.