A LGPD, que entrou em vigor em 2020, estabeleceu diretrizes claras sobre como as empresas devem coletar, armazenar e utilizar os dados dos cidadãos. No entanto, o desafio é grande. Muitos ainda não percebem que a violação dessas diretrizes pode resultar em sérias consequências legais. Recentemente, um empresário compartilhou sua experiência frustrante ao descobrir seu CNPJ por meio de um spam de agiota no WhatsApp, revelando como dados pessoais podem ser acessados sem consentimento. O cenário é alarmante: como pode a proteção de dados ser efetiva se informações sensíveis circulam livremente?
Além disso, a discussão sobre soberania nacional se intensifica à medida que as plataformas digitais se expandem. Propostas como a de criar um cliente no protocolo AT para migrar postagens do Bluesky, por exemplo, levantam questões sobre como podemos controlar nossos dados e garantir que permaneçam dentro dos limites da LGPD. É preciso garantir que a soberania digital do Brasil não seja comprometida por legislações estrangeiras que não respeitam os direitos dos cidadãos.
Nesse contexto, a LGPD se torna a nossa "coffee table law", uma expressão que reflete sua presença, mas também sua falta de efetividade em muitos casos. As violações de sigilo médico, por exemplo, não apenas desafiam a LGPD, mas também podem transitar pela esfera criminal. A intersecção entre a legislação de proteção de dados e outras áreas do direito é um campo fértil para debates e ações futuras.
A LGPD surgiu como uma resposta necessária à era digital, mas sua implementação ainda enfrenta barreiras significativas. Compreender a legislação, suas implicações e o papel que cada um de nós desempenha na proteção de nossos dados é fundamental. A privacidade deve ser vista não apenas como um direito, mas como uma responsabilidade compartilhada, onde a conscientização e a educação desempenham papéis cruciais na construção de um futuro digital mais seguro e ético.