LGPD: O Labirinto das Big Techs e a Segurança dos Dados

Como as grandes empresas estão se adaptando à LGPD e o que isso significa para a privacidade dos usuários.

06/05/2025 12:00
No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) se tornou um marco para a segurança e privacidade dos dados pessoais. Entretanto, a implementação dessa legislação ainda enfrenta grandes desafios, especialmente quando se trata de gigantes da tecnologia como ByteDance, Uber, X e Telegram. Após uma série de advertências por parte das autoridades, essas empresas foram forçadas a abrir canais de comunicação mais eficazes para os usuários, mas será que isso é suficiente para garantir a proteção dos dados?

As Big Techs, após um puxão de orelha, começaram a perceber que a conformidade com a LGPD não é apenas uma questão de evitar multas, mas também de reconquistar a confiança dos usuários. No entanto, muitos ainda se perguntam se essas mudanças são apenas superficiais. A realidade é que, enquanto as empresas se adaptam às exigências legais, muitos usuários sentem que suas informações pessoais estão mais vulneráveis do que nunca. Afinal, a presença de um setor de golpes nas plataformas digitais continua a ser uma preocupação constante.

Recentemente, a XP, uma das principais corretoras de valores do Brasil, se viu envolvida em um novo escândalo de vazamento de dados, evidenciando que, mesmo com a LGPD em vigor, a proteção de informações sensíveis ainda é uma ilusão. O acesso fácil a documentos não protegidos, como PDFs sem senha, levanta questões sobre a seriedade com que as empresas tratam a privacidade dos usuários. As palavras de Rita Lee, ?eu que se foda né?, ecoam em meio a essa crise de confiança, refletindo a frustração generalizada diante de falhas que parecem se repetir sem consequências.

Além disso, o TikTok, ao categorizar perfis de menores para a exibição de conteúdos, não só ignora a LGPD, mas também fere o Estatuto da Criança e do Adolescente. Essa prática levanta preocupações sobre a exposição de dados de crianças em um ambiente digital que deveria ser seguro. A proteção dos direitos dos adolescentes e jovens é uma responsabilidade que precisa ser assumida não apenas pelas plataformas, mas também pela sociedade como um todo.

A interseção entre tecnologia e legislação está se tornando cada vez mais complexa. A LGPD representa um passo importante para a proteção dos dados pessoais, mas é fundamental que os usuários fiquem atentos e exijam mais das empresas que utilizam suas informações. A verdadeira proteção de dados vai além de cumprir a legislação; envolve um compromisso genuíno com a privacidade e a segurança dos usuários. Em um mundo onde os dados são o novo petróleo, a luta por transparência e responsabilidade deve ser uma prioridade para todos nós.