A LGPD foi criada com a intenção de garantir a privacidade e a segurança das informações dos cidadãos, mas, na prática, muitos ainda se veem cercados por ligações de spam e invasões de privacidade. A realidade é que muitos contratos online e políticas de cookies escondem armadilhas que podem comprometer a proteção de dados. Sem o devido conhecimento, os usuários acabam fornecendo suas informações sensíveis para empresas que, muitas vezes, não têm a responsabilidade de cuidar delas adequadamente.
Enquanto isso, a hipervigilância se torna uma constante em nossa vida digital. A proposta de utilizar dados como o CPF em vez do RG, por exemplo, pode parecer uma solução prática, mas é, na verdade, uma péssima ideia se não houver um robusto sistema de segurança por trás. Sem uma estrutura que realmente proteja os dados dos cidadãos, o que se vê é um convite à vulnerabilidade, expondo informações pessoais a qualquer terceirizada sem a devida fiscalização.
Em um país onde a ABIN já foi mencionada em contextos de vigilância exagerada, a necessidade de um debate sério sobre a proteção de dados é mais urgente do que nunca. Precisamos de um comprometimento real das instituições para que leis como a LGPD não sejam apenas palavras em documentos, mas sim ferramentas efetivas que promovam a segurança da população. O que queremos é um legislativo que faça valer as leis já existentes, como o ECA e o Marco Civil, em vez de criar novas normativas que não trarão benefícios reais.
Neste aniversário, é hora de refletirmos sobre os desafios que ainda enfrentamos. A luta pela privacidade e segurança de dados é uma batalha que requer a participação ativa de todos. Que possamos não apenas celebrar a LGPD, mas também exigir que ela cumpra seu papel, garantindo que, no futuro, nossos dados estejam em boas mãos e que o direito à privacidade seja respeitado, não apenas em teoria, mas na prática diária.