A LGPD foi criada para garantir que nossos dados pessoais sejam tratados com respeito e transparência, mas a realidade é bem diferente. Diariamente, somos bombardeados por ligações de spam e anúncios direcionados que nos fazem questionar a eficácia dessa legislação. Afinal, se a lei é tão robusta, por que continuamos a receber inúmeras chamadas indesejadas? A resposta pode estar na falta de fiscalização efetiva e na incapacidade dos órgãos competentes de fazer cumprir o que está estipulado na lei.
Outro ponto crucial a ser considerado é a forma como nossos dados são coletados e armazenados. Muitas vezes, ao acessar um site ou um aplicativo, somos obrigados a aceitar termos e condições que mal lemos e que podem conter armadilhas perigosas, como o uso indiscriminado de cookies. Essa prática levanta um alerta: como podemos garantir que nossos dados não sejam utilizados de forma indevida? A LGPD oferece diretrizes, mas sua aplicação ainda é uma questão em aberto.
Além disso, a troca de documentos, como CPF por RG, pode parecer uma solução viável, mas, na verdade, não aborda a questão central da proteção de dados. O que precisamos é de um sistema que fortaleça a segurança e a privacidade, e não que a fragilize ainda mais. A hipervigilância e o controle excessivo, como já vimos em outros países, são caminhos perigosos e ineficazes que podem levar a um tipo de fascismo digital, onde a privacidade se torna uma mera ilusão.
À medida que a LGPD completa seus sete anos, é essencial que façamos uma autoanálise sobre como estamos tratando nossos dados e como as empresas estão lidando com essa responsabilidade. A proteção de dados não deve ser apenas uma obrigação legal, mas um compromisso ético de todos nós. Celebrar a LGPD é, portanto, lembrar que a luta pela privacidade e segurança digital continua, e que cada um de nós tem um papel fundamental nessa batalha.