De acordo com uma pesquisa realizada pela Convenia, HRTech com soluções voltadas para a redução de tempo e custo gastos com rotinas operacionais de departamento pessoal, feita entre agosto e setembro mostra que, mais de 40% das empresas estão desprovidas de um plano de contenção contra o vazamento de dados.

 

No total foram 921 profissionais de RH a participarem da pesquisa "Diagnóstico LGPD: Maturidade do RH na proteção de dados", realizada com apoio da InfoJobs e 591 devolutivas embasaram o estudo.

 

Esse resultado mostrou que, além dos usuários e colaboradores, as empresas também se colocam em risco, já que a multa pela violação da LGPD pode chegar até R$ 50 milhões.

A LGPD determina que toda empresa nomeie um profissional responsável pela proteção de dados, o DPO, independente da formação, mas até o momento 53% das empresas não nomearam essa pessoa.

 

Setor de RH foi o alvo da pesquisa

 

O setor de RH é responsável pela gestão de dados sensíveis que possam oferecer risco de diversos processos, mas mesmo assim, mais de 30% das empresas ainda não atualizaram seus contratos de trabalho, de serviços, sua política de privacidade e nem ao menos coletaram assinaturas dos funcionários para o termo de confidencialidade de dados.

 

Outro ponto sensível em relação à LGPD foi o tratamento de dados relacionado à saúde, pois conforme a pesquisa, mais de 76% têm acesso a atestados médicos porém mais da metade dos pesquisados informou não ter à disposição um profissional de saúde para tratar esses dados, criando assim, um cenário de risco, já que nenhum dado referente a condições que possam causar descriminação pode ser tratado pelo RH.

 

No que se refere a contratos e documentos, a pesquisa mostra que a assinatura digital autenticada ainda é uma das maiores necessidades do setor em relação à digitalização. Em 49,9% dos casos, os respondentes disseram que ainda utilizam o formato físico de assinatura, enquanto 25,9% o meio digital e 24,4% utilizam os dois. As empresas de pequeno porte, com até 50 funcionários, são as que mais utilizam assinaturas físicas.

Entre os pesquisados, cerca de 33% contam com um processo totalmente digital com ajuda de uma plataforma específica. Em compensação, os documentos físicos ainda fazem parte da rotina de muitas empresas, mas não são a única forma utilizada. As empresas de grande porte são as que mais segmentam os dados (47,5%), ou seja, determinam quem e quais informações coletadas podem ser acessadas, como o processo de folha de pagamento.

Entre todos os entrevistados, 39,6% disseram que a empresa conta com um sistema para armazenar as autorizações e consentimentos de uso de dados dos colaboradores e 45,2% disseram que não contam com isso. De um modo geral, as empresas de pequeno porte são as que mais possuem a necessidade de utilizar esses sistemas.

Marcelo Furtado, CEO e cofundador da Convenia, afirmou: "A LGPD não será algo passageiro e deve impactar todos os setores. O intuito deste material é, justamente, alertar profissionais da área de RH e DP sobre a importância da Lei e a urgência na adequação dos processos".

O Brasil até o momento ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de roubo de dados pessoais na internet, de acordo com a pesquisa realizada pela empresa de tecnologia Akamai. A posição do Brasil no ranking só mostra o quanto ainda estamos engatinhando na direção de um cenário favorável à proteção de dados no país.