As promessas de um futuro onde nossos dados estariam seguros e sob nosso controle parecem se distanciar a cada dia. Empresas como Netflix, Amazon e YouTube coletam informações valiosas sobre nossos comportamentos, preferências e hábitos de consumo. E a pergunta que não quer calar é: essas corporações realmente respeitam a LGPD? Ou estamos apenas assistindo ao crescimento de um sistema que, garantido pela legislação, acaba funcionando como uma peneira, permitindo que nossos dados escorram entre os dedos?
Em um país onde o anonimato nas redes sociais é constantemente ameaçado por políticas de hipervigilância, a LGPD, em sua essência, se torna uma ferramenta que muitas vezes parece não cumprir seu papel. A ideia de que, ao compartilhar dados sensíveis, estamos protegidos é ilusória, especialmente quando consideramos o acesso irrestrito que organizações podem ter a essas informações. A realidade é que o controle sobre nossos dados continua nas mãos de terceiros, e a segurança prometida pela legislação ainda é uma miragem distante.
A situação se agrava quando observamos a frequência com que somos bombardeados por ligações de spam e ofertas indesejadas. Se a LGPD realmente estivesse funcionando, por que ainda somos vítimas de tais abusos? A incapacidade de regulamentar e fiscalizar efetivamente as obrigações impostas pela LGPD levanta sérias questões sobre sua eficácia. Precisamos urgentemente de uma mudança que vá além das promessas e que realmente implemente a privacidade e a segurança dos dados como direitos fundamentais.
À medida que comemoramos o aniversário da LGPD, é crucial que a sociedade civil, os legisladores e as empresas unam forças para fortalecer essa legislação. Não podemos nos contentar com o básico; devemos exigir uma proteção real que vá além da superfície. Afinal, em um mundo onde nossos dados são o novo petróleo, cabe a nós garantir que eles sejam tratados com o respeito e a segurança que merecem.