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Open banking: nova forma de lidar com dados no mercado financeiro

Conceito permite o compartilhamento de dados de acordo com o desejo do cliente


A partir do segundo semestre de 2020, passará a ser implementado o open banking, ou "banco aberto", no Brasil, uma mudança para que os clientes tenham maior autonomia sobre os próprios dados. A princípio, será aberta uma consulta pública no segundo semestre pelo Banco Central para sua regulamentação. A partir do ano que vem, as instituições financeiras deverão compartilhar os dados de clientes com terceiros se for de interesse deles. Ou seja, as informações não pertencem mais ou bancos, mas aos seus titulares.

 

Na prática, se você autorizar, os bancos poderão compartilhar seus dados com fintechs, startups, aplicativos e outros serviços voltados às finanças. A ideia é que as instituições financeiras colaborem entre si para oferecer serviços melhores. Só poderão participar, porém, as instituições permitidas pelo BACEN.

 

Será desenvolvido um aplicativo que irá unir todas as informações de sua vida financeira, sem que você precise acessar o sistema online de cada banco. Você poderá fazer pagamentos e transferências, além de conhecer produtos e serviços de acordo com o seu perfil. Para as fintechs, a vantagem é que elas terão mais dados sobre você. Já os grandes bancos poderão se unir às startups para oferecer serviços mais atrativos aos clientes.

 

"Com o Open Banking, o Banco Central busca aumentar a eficiência no Sistema Financeiro Nacional, mediante a promoção de ambiente de negócio mais inclusivo e competitivo, preservando sua segurança e a proteção dos consumidores", diz um comunicado da instituição, publicado em abril de 2019.

 

Mas e a privacidade?

 

As instituições financeiras somente poderão compartilhar seus dados com outras empresas se você autorizar. Por isso, o open banking é regulado pelo Banco Central. Na prática, isso já vem acontecendo quando um usuário utiliza um software que precise de integração com o banco.

 

Os usuários do Conta Azul e Bxblue, por exemplo, já podem autorizar que o Banco do Brasil compartilhe informações financeiras para o melhor uso desses sistemas de gestão. Essa integração funciona via APIs (interface de programação de aplicativos), tecnologia também usada pelo app de finanças pessoais GuiaBolso, que puxa as informações direto do internet banking do cliente.

 

No mesmo período em que passa a ser regulado o Open Banking no Brasil, entra em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados, em agosto de 2020. Todos as instituições terão, então, que pedir autorização para coletar dados pessoais, como dados de pagamento, extratos bancários, endereços, telefones, etc. Quem irá fiscalizar a conformidade com a lei é a Agência Nacional de Dados (ANPD).

 

A expectativa para 2020 é que as fintechs ganhem força, por poderem conhecer mais a fundo seus clientes, e os bancos possam fazer parcerias para proporcionar experiências melhores. Desde que a privacidade dos dados seja respeitada, todos têm a ganhar com este novo modelo no mercado financeiro.

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