A soberania digital é definida como a capacidade de um país ou região de controlar suas próprias informações e dados, sem depender de serviços e tecnologias estrangeiras. A Europa, que sempre valorizou a proteção da privacidade, agora busca fortalecer suas legislações e regulamentações, como a GDPR, para garantir que dados de cidadãos europeus não sejam manipulados por empresas de fora da região. Isso se torna ainda mais relevante à medida que as preocupações sobre a vigilância em massa e o uso indevido de dados aumentam.
Especialistas em tecnologia e política destacam que a soberania digital não se limita apenas a questões de privacidade, mas também abrange a segurança cibernética e a resiliência econômica. Os países europeus estão investindo em tecnologias locais e promovendo a inovação interna para reduzir a dependência de gigantes da tecnologia como Google e Facebook. Esse movimento visa não apenas proteger dados, mas também fomentar um ecossistema digital mais robusto e autossustentável na Europa.
Além disso, a crescente tensão entre os EUA e a Europa em questões de regulamentação digital pode resultar em um novo paradigma de governança global. À medida que mais países se juntam à causa da soberania digital, a colaboração internacional e a definição de padrões comuns se tornam essenciais para enfrentar desafios globais, como ciberataques e desinformação.
Neste novo cenário, a Europa se posiciona como um líder em questões de soberania digital, defendendo a proteção de dados e a privacidade como direitos fundamentais. O segundo mandato de Trump pode ter acelerado essa transição, mas a necessidade de uma abordagem mais coesa e estratégica em relação à tecnologia e à segurança digital é uma prioridade que deve permanecer no centro da política europeia nos próximos anos.