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Uso de cookies na União Europeia ainda não é adequado, segundo estudo

57% dos banners da E.U. tenta manipular o usuário a consentir com a coleta de dados


Uma nova pesquisa sobre o uso de cookies em sites da União Europeia mostrou que o uso dessa ferramenta pode estar manipulando os usuários e que as empresas não estão atuando na proteção dos dados pessoais. Desde a criação da General Data Protection Regulation (GDPR), em maio de 2018, os sites da EU estão colocando avisos de cookies nas páginas iniciais, mas apenas alguns estão pedindo por consentimento.

 

O estudo, chamado "(Un)informed Consent: Studying GDPR Consent Notices in the Field",  analisou a interação dos usuários com os banners de consentimento e concluiu que existe a manipulação para que eles dêem consentimento para o uso, além de não esclarecem de forma correta o que são os cookies e para que servem. Os pesquisadores concluíram que, se os banners fossem feitos de acordo com a lei europeia, haveria bem menos pessoas dando consentimento para o uso de cookies do que atualmente.

 

Os pesquisadores, acadêmicos da Alemanha e dos Estados Unidos, realizaram uma série de estudos, reunindo 5 mil avisos de cookies dos principais sites europeus para compilar um relatório dos diferentes mecanismos de consentimento de cookies atuais. O objetivo era descrever um panorama atual das implementações da GDPR.

 

Confira alguns dos resultados obtidos no estudo:

 

  • 93% dos banners de consentimento de cookies não bloqueiam a interação com a página;
  • 92% dos banners contêm um link para a Política de Privacidade;
  • 86% não oferecem outra opção além de um botão de confirmação;
  • 58% dos banners estão na parte inferior do site;
  • 57% tenta manipular o usuário a consentir, usando técnicas como usar uma cor para destacar o botão "concordar" (que, se clicado, aceita padrões não amigáveis à privacidade) e exibindo uma aparência muito menos visível para "mais opções" para que as opções pró-privacidade sejam ocultadas;
  • 39% menciona a razão da coleta de dados;
  • 21% especifica quem pode acessar os dados.

 

Outra descoberta é que apenas 0,1% dos usuários escolheria ativar todos os cookies, enquanto uma fração de 1 a 4% escolheria ativar alguns deles. Já os dados de outra empresa, a Cookiebot, mostra um resultado diferente, revelando que 5,6% dos usuários aceitam ativar todos os cookies dos sites que visitam.

 

No Brasil, a obrigação do uso dos banners de consentimento de cookies passa a valer a partir de agosto de 2020, com a entrada da Lei Geral de Proteção de Dados em vigor. O que as empresas devem fazer é encontrar formas de ter essa autorização dos usuários e deixar mais evidente quais são os benefícios do consentimento, como a melhoria da experiência no site, além de dizer as implicações de aceitar o uso dos cookies. Além disso, os sites devem seguir o conceito "privacy by default", que defende a privacidade como o padrão de resposta.

 

No cenário brasileiro, segundo um estudo do Serasa Experian, PrivacyTech.com.br/noticias/a-maioria-das-empresas-brasileiras-nao-estao-prontas-para-a-lgpd,316933.jhtml">85% das empresas ainda não estão prontas para a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A pesquisa também informa que 72% das organizações têm planos de contratar um profissional especializado para cuidar do assunto.

 

 

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