Quando falamos em privacidade e proteção de dados, estamos falando da obrigação que as empresas têm de não utilizarem informações pessoais de clientes para fins comerciais sem autorização.

 

Muitas vezes, falamos sobre dados como histórico de navegação, CPF, senhas, endereços, e-mails. Porém, empresas manterem registros da interação de pessoas com as telas também pode ser uma violação de privacidade.

 

Confira os destaques do artigo do ativista Aral Bankan sobre o tema:

 

O que a Apple pretende fazer

 

O que a Apple está fazendo com seus planos de escanear conteúdo em seus próprios dispositivos e notificar terceiros é uma tentativa de redefinir o que significa violar a privacidade.

 

Não importa onde sua privacidade seja violada (em seu próprio dispositivo ou na nuvem). É importante que sua privacidade esteja sendo violada. A violação não está na verificação do conteúdo, mas na notificação de terceiros com base na verificação.

 

Mesmo que um terceiro não seja notificado, se o insight obtido da varredura for usado no interesse de um terceiro em vez de no seu interesse e de acordo com seus desejos, isso também é uma violação de sua privacidade.

 

Outras big techs podem seguir o exemplo

 

De acordo com Balkan, se a Apple ultrapassar essa linha, não há como voltar atrás. Isso abrirá um precedente terrível e mudará as fronteiras da personalidade de forma irrevogável.

 

O Google seguirá o exemplo. Em breve, qualquer sistema que não implemente a verificação / relatório no dispositivo será considerado ilegal (ou carregará uma associação de culpa). 

Não se limitará a telefones e tablets. O Mac é o próximo. A computação geral como a conhecemos pode deixar de existir. 

 

O ativista lembra que, na semana passada, a Hungria encomendou lojas para encobrir livros infantis com temas LGBT. Ele aposta: os planos da Apple de ter os telefones dos adolescentes delatados aos pais resultará em crimes de honra em lugares como a Turquia. Mulheres serão assassinadas por causa disso. "Tim Cook, você terá sangue de gente esquisita em suas mãos. Eu realmente espero que você reconsidere começar por este caminho perigoso".

 

Petição virtual foi criada

 

Quase 5.000 pessoas - especialistas em segurança e privacidade, criptógrafos, pesquisadores, professores, especialistas jurídicos e clientes da Apple - assinaram uma carta aberta pedindo à Apple para interromper a implantação de sua tecnologia de monitoramento de conteúdo imediatamente e emitir uma declaração reafirmando seu compromisso de ponta a ponta acabar com a criptografia e a privacidade como um direito humano fundamental.

 

Embora a Apple ainda não tenha nos respondido, ela circulou um memorando internamente o chamando de "as vozes estridentes da minoria".

 

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