Proteção de dados

Carnaval e Privacidade: existe alguma relação?

Máscaras de Veneza, aglomerações e tecnologia: o que é preciso pensar sobre privacidade no Carnaval


No ano de 2021, o Carnaval foi um pouco diferente, com mais programações em casa devido à pandemia do novo coronavírus. Essa festividade mudou muito com o passar do tempo e não é uma exclusividade brasileira. Em Veneza, por exemplo, o Carnaval foi popularizado com os bailes de máscaras. Será que isso tem algo a ver com a privacidade?

 

A origem do Carnaval e as máscaras

 

Em Veneza, no século XIII, já se faziam bailes na época da quaresma, em que a vestimenta mais comum era a máscara. Nessas festas, pessoas de classes altas e baixas se misturavam e as máscaras ajudavam a tirar esses preconceitos. Também serviam para proteger a identidade de quem se comportava de forma diferente nesses bailes, o que era comum: apostas e relacionamentos pouco aceitos pela sociedade na época são alguns exemplos.

 

Naquela época, as máscaras eram bem simples, não se parecendo com as máscaras de Veneza que conhecemos hoje. Naqueles tempos, elas não eram usadas apenas no Carnaval. As mulheres da época, ao saírem para o teatro, também deveriam tapar seus rostos.

 

De uma forma geral, as máscaras eram utilizadas muito mais por privacidade em uma sociedade cheia de normas e preconceitos, do que por estilo. Hoje em dia, elas são um adorno das roupas de carnaval, enquanto a privacidade ganhou novos significados, muito mais relacionados com a tecnologia.

 

Privacidade x Carnaval

 

Nos dias de hoje, as máscaras típicas do Carnaval de Veneza já não são tão comuns nas festividades brasileiras. A privacidade em meio às festas se tornou uma preocupação quando o assunto é a tecnologia.

 

Se antes as pessoas usavam máscaras para manter sua privacidade no Carnaval, no século XXI precisamos pensar em outras formas de proteção. Desativar a localização do celular ou restringir o acesso pode manter os usuários mais protegidos em meio à folia. 

 

Já habilitar senhas, uso da digital, reconhecimento facial e autenticação de dois fatores pode fazer toda a diferença no caso de quem tem o celular furtado, situação muito comum nos bloquinhos e festas no Brasil.

 

Em 2020, o próprio Facebook realizou uma ação no Carnaval brasileiro: distribuiu pochetes com um QR Code que levava as pessoas diretamente à página de Verificação de Privacidade da plataforma, o que ajudou a alertar os foliões.

 

Reconhecimento facial é uma realidade

 

A tecnologia de câmeras na rua com reconhecimento facial já existe em diversos locais no Brasil e pode ser uma tendência para os próximos Carnavais. Muitos acreditam que o melhor lugar para se esconder é no meio de uma multidão, por isso as autoridades policiais podem utilizar essas ocasiões para encontrar pessoas foragidas, por exemplo.

 

O que resta é esperar para ver se essa tecnologia de fato será efetiva para fins judiciais e como fica a privacidade dos brasileiros com esse reconhecimento facial. Fato é que essas ferramentas ainda precisam melhorar sua precisão e, se as máscaras de prevenção à covid-19 continuarem conosco, elas podem representar um desafio para essa tecnologia.

 

Para os próximos Carnavais, sejam de máscara ou não, o que precisamos nos atentar é sobre a exposição de nossos dados nas redes sociais, principalmente no que se refere à localização, e o cuidado com nossos aparelhos, que carregam tanto de nossas vidas.

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