Um dos principais riscos associados à publicidade hiperpersonalizada é a manipulação da intenção do consumidor. Quando as empresas utilizam dados para prever e influenciar comportamentos, a linha entre a escolha e a coerção torna-se tênue. Os consumidores podem acabar sendo bombardeados com anúncios direcionados que limitam suas opções e induzem a decisões não totalmente conscientes. Isso levanta questões éticas sobre a responsabilidade das marcas em sua abordagem publicitária.
Além disso, a coleta de dados para alimentar esses sistemas de IA frequentemente ocorre sem o consentimento pleno dos usuários, uma situação que contraria princípios de proteção de dados estabelecidos por regulamentações como a LGPD no Brasil. O uso inadequado de informações pessoais expõe as empresas a riscos legais e danos à sua reputação. A transparência na coleta e uso de dados é essencial para manter a confiança do consumidor.
Outro risco significativo é a ampliação das bolhas de filtro, onde os consumidores são expostos apenas a conteúdos que reforçam suas crenças e interesses existentes. Isso não só limita a diversidade de informações que recebem, mas também pode polarizar opiniões e criar divisões sociais. A publicidade hiperpersonalizada, portanto, não apenas molda comportamentos individuais, mas também impacta o discurso público.
Por último, a dependência excessiva da IA na publicidade pode levar a decisões automatizadas que falham em considerar nuances humanas. A falta de supervisão humana pode resultar em campanhas que não apenas são ineficazes, mas também potencialmente prejudiciais. À medida que a tecnologia avança, é crucial que as empresas reavaliem suas estratégias publicitárias e considerem os impactos éticos e sociais de suas ações, garantindo que a inovação não ocorra à custa da integridade do consumidor.