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Proteção de dados é pauta de Missão do RS para a Estônia

Viagem levou empresários, pesquisadores e membros do Governo para três países


As políticas de privacidade de dados na Estônia foram pauta de um encontro entre o governo do país e os gaúchos que estão na comitiva da Missão do RS para Estônia, Suécia e Israel. Na Suécia, a cibersegurança também foi um dos assuntos abordados entre gaúchos e o governo e empresários locais.

 

A missão governamental e empresarial começou no dia 11 de novembro e contou com diversas liderança, incluindo Aline Deparis, presidente da Assespro-RS e CEO da Privacy Tools, startup de soluções de privacidade.

 

Os países de destino foram escolhidos pelo incentivo à inovação. A Estônia, por exemplo, é referência mundial em tecnologias digitais para gestão de organizações públicas e governos. Já Israel fez parte da missão por ser um país conhecido como um dos principais líderes mundiais em inovação, concentrando a maior média de empresas de tecnologia por habitante.

 

Israel também é um país que investe na cibersegurança. "Israel decidiu ser uma ciberforça do mundo", afirma o diplomata Rafael Singer. O foco desse tipo de solução é em Beersheva, no deserto de Negev. Lá, o Exército, empresas e a Universidade de Ben Gurion interagem para descobrir soluções para um mercado que movimentou R$ 225 bilhões no mundo em 2018, sendo 10% são produzidos em Israel.

 

Aline conta que, logo na primeira visita em Talín, na Estônia, já percebeu uma grande preocupação com a privacidade dos dados. "Em um simples estabelecimento que vende souvenir, eles se preocupam tanto em preservar a sua privacidade, que se você anotar qualquer informação, eles te devolvem o bilhetinho depois de preencher no sistema", observou. Outro exemplo do tratamento de dados no país são os cadastros na recepção de hotel: "Há todo um cuidado com o consentimento, tudo o que a GDPR prevê", conta a CEO.

 

O mesmo comportamento é percebido na Suécia, outro país visitado pela comitiva. "Um outro aspecto é o quanto o governo, as empresas e os hubs de tecnologia da União Europeia já tem isso claro e o quanto eles entendem que a cibersegurança faz parte das áreas de investimento para o futuro", relata. Nos hubs de tecnologia visitados, cibersegurança estava entre as principais estratégias para o desenvolvimento. As soluções são pensadas com a proposta de privacy by default e by design, que são conceitos previstos na PrivacyTech.com.br/lgpd/as-regras-da-uniao-europeia-para-o-uso-de-cookies,321329.jhtml">GDPR. 

 

Em Israel, porém, a proteção de dados se dá em um outro aspecto, segundo Aline: "A segurança é mais nacional, de divisas, do espaço aéreo, muito mais um serviço para o governo, não tão focado no que se refere a privacidade de dados. O que se falou muito é a questão da guerra eletrônica, que aqui é uma grande preocupação", observa. 

 

Sobre o cenário atual brasileiro, a CEO da Privacy Tools diz que precisamos nos aprimorar no desenvolvimento de software e se adequar à lei para permanecer no mercado internacional, além de mudar o mindset. "É preciso ter a noção de que os dados são da pessoa e não do estabelecimento", afirma. A empresária acredita que temos um caminho longo pela frente, mas precisamos da consciência coletiva, no ponto de vista do desenvolvimento e do consumo.

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