LGPD: A Ilusão da Proteção de Dados em um Mundo Digital
Entenda por que a Lei Geral de Proteção de Dados é um passo importante, mas não suficiente para proteger nossos dados na era digital.
As plataformas digitais como Netflix, Amazon e Facebook têm acesso a uma quantidade absurda de informações pessoais, muitas vezes sem que o usuário tenha plena consciência disso. A LGPD, em teoria, deveria garantir que essas empresas respeitassem a privacidade, mas a fiscalização e a aplicação de sanções parecem ser meras promessas vazias. As multas, embora possam parecer dissuasórias, são meras trocados para essas corporações, que operam com orçamentos bilionários. Assim, a sensação de impunidade se instala, e os dados dos usuários continuam a ser explorados sem permissão.
Além disso, a proposta de compartilhar informações sensíveis, como a idade ou o número de identidade, levanta sérias questões sobre segurança. A vulnerabilidade de um sistema que permite que dados sejam acessados facilmente por terceiros, especialmente em um país onde a segurança digital é precária, não só ameaça o indivíduo, mas também a soberania nacional. O que deveria ser uma proteção se torna uma porta aberta para o abuso e a exploração, criando um ciclo vicioso de hipervigilância e desconfiança.
É alarmante pensar que, em meio a uma celebração superficial da LGPD, muitos ainda enfrentam diariamente os incômodos de ligações indesejadas e spams, evidenciando que a lei, por si só, não é uma solução mágica. A verdadeira proteção dos dados pessoais exige um compromisso coletivo, tanto do governo quanto dos cidadãos, em promover uma cultura de privacidade e segurança. A reflexão sobre a quem estamos entregando nossas informações é mais urgente do que nunca. Não podemos nos dar ao luxo de acreditar que a LGPD, por mais bem-intencionada que seja, é suficiente para garantir nossa segurança em um mundo cada vez mais digitalizado.