LGPD

Somente 17% das empresas possuem um DPO responsável pelos dados pessoais

LGPD: Pesquisa mostra que apenas 17% das empresas brasileiras possuem um encarregado de dados conforme exige a lei. Confira o artigo na íntegra.


Mesmo após 2 anos de LGPD muitas empresas ainda não possuem um profissional DPO, como exige a Lei Geral de Proteção de Dados, demonstrando o quanto ainda precisamos nos adequar a essa nova realidade, onde empresas que não priorizam a privacidade de seus clientes ficarão para trás.

 

Uma pesquisa realizada pelo Painel TIC mostrou que, apesar de obrigatório, somente 17% das empresas contam com esse profissional em seu quadro de colaboradores.

 

Entre as empresas que contam com o DPO, 43% estão entre as de grande porte, 29% nas de médio porte e 15% nas de pequeno porte. 

 

Já quando falamos de organizações públicas, a presença do DPO foi percebida em 81% dos órgãos federais e em 33% dos órgãos estaduais, porém no que se refere às prefeituras, somente 14% haviam nomeado esse profissional.

 

Setor da Saúde apresentou baixo número de contratações de DPOs

 

Quando observadas as organizações de saúde do país, tanto o setor público quanto o privado demonstraram ter muito a melhorar, pois entre os estabelecimentos públicos de saúde somente 20% contavam com encarregados de dados até 2021, contra os 39% no setor privado.

 

Não é de hoje que o setor de saúde vem sendo negligenciado no quesito proteção de dados pessoais.

 

Outra pesquisa já havia demonstrado que esse setor é um dos que mais sofre com ataques de hackers, que buscam em seus sistemas acesso a dados sensíveis de pacientes.

 

Os dados sensíveis representam um maior lucro para os cibercriminosos visto que, além de identificar o titular, ainda expõem informações como raça, estado de saúde, opiniões políticas, entre outras informações que podem ser facilmente utilizadas para aplicação de golpes nos titulares ou até mesmo solicitação de resgate à empresa violada.

 

Empresas públicas e privadas buscam adequação 

 

Muito embora ainda tenha muito que ser melhorado, devemos ressaltar que a busca pela adequação não é um processo muito simples, mas pesquisas mostram que tanto as empresas públicas quanto privadas vem mostrando iniciativa para a resolução do problema.

 

A pesquisa apontou que 36% das empresas realizaram reuniões específicas em 2021 com o objetivo de tratar os temas relacionados à privacidade e proteção de dados, tendo essas reuniões acontecido com mais frequência nas empresas de grande e médio porte.

 

Quando observada a presença de um setor específico ou de funcionários para tratamento de dados, 23% das empresas demonstraram dispor de um dos recursos, sendo mais frequente em empresas de grande e médio porte. 

 

Já no que referem aos órgãos públicos que dispõem de um setor de TI ou de ofertas de capacitações sobre LGPD para ao menos um colaborador da área de Tecnologia da Informação, foi possível notar essa iniciativa, em sua maioria, concentradas no Judiciário e no Ministério Público com 91% e 82%, respectivamente, contra cerca de metade da iniciativa percebida no Executivo e Legislativo.

 

Jovens mostram preocupação com o uso de seus dados 

 

A pesquisa, que também foi realizada anteriormente com jovens acima de 16 anos, mostrou que 42% deles demonstraram muita preocupação com o destino de seus dados durante o uso da web e aplicativos, e 25% afirmou ter certo nível de preocupação com o tema.


"Os resultados indicam que os usuários de Internet têm maior percepção de risco no ambiente digital quando realizam transações financeiras. Mas também é relevante a preocupação com o tratamento de seus dados em outras atividades online, como o uso de aplicativos de relacionamento, até então pouco explorado em outros estudos, assim como o uso de redes sociais, um dos tipos de plataforma em que os brasileiros estão mais presentes", finalizou Alexandre Barbosa, gerente da Cetic.br.

Comentários